Somos muito dependentes de nossa visão. Achamos que é o principal sentido do corpo (não é), pois estamos acostumados a procurar com os olhos e esquadrinhar o ambiente em que vivemos com uma varredura de olhar. Só que nada é perfeito nos organismos vivos, apesar do que querem que você acredite; e nossa percepção prega truques em nosso olhos, fazendo surgir as chamadas “ilusões de óptica” (não me esqueçam do P). É por causa disso que sempre nos assombramos com o que vemos, que na verdade não vemos. Apenas somos enganados quando o cérebro preenche lacunas com as poucas informações que recebe.No vídeo a seguir podemos ver uma série de ilusões de movimento, quando uma figura inanimada, feia e totalmente díspar do que nossos preconceitos visuais associam com algo em movimento, nos prega uma peça e mostra-se belamente movimentando-se, com um auxílio de uma pequena máscara. Veja primeiro que eu explico a magia depois.
Olhos evoluíram de estruturas muito, muito simples. Que simplesmente detectavam luminosidade, pois a variação claro/escuro já indica se tem algum outro animal (predador ou caça) nas redondezas. Quando há variação de intensidade de luz, fica indicado movimento. Assim, os olhos são uma ferramenta excelente para identificar movimento, e nossa pupila não para quieta, pois o ponto focal principal dela está no centro, assim ela “varre” o ambiente tanto na horizontal como na vertical, mas faz isso muito rápido. O cinema e animações em geral são uma série de imagens com ligeira variação uma da outra. Quando essas imagens são passadas em sequência, temos a impressão de movimento, pois a imagem captada fica curto espaço de tempo ainda impressa na nossa retina e esta informação é levada ao cérebro.
Como nosso olhos captam cerca de 15 frames por segundo (fps), ou seja, 15 quadros (ou fotogramas) passando em sequência num período de um segundo. Qualquer coisa que passe a esta velocidade, ou superior (na TV, a velocidade é de cerca de 24 fps), temos a nítida percepção de movimento, sem “engasgos”. Vocês podem brincar de animação tirando fotos suas onde você muda levemente a posição em cada foto e depois montá-las nos Movie Makers da vida. É a chamada animação Stop Motion. Quanto mais tempo para cada foto você dedicar na timeline, mais “stop motion” parecerá. Em contrapartida, se você fizer uma série de desenhos num papel (sugiro papel vegetal, para ver melhor a variação) e escaneá-las, poderá fazer o seu próprio desenho animado. Lembrando que a melhor percepção de movimento fica na casa de 20 fps para cima, ou seja, 20 desenhos escaneados mostrados em sequência em 1 segundo. É assim também que é feito as cafonas) Gifs Animadas.
No vídeo acima, a animação é feita de uma forma um tanto diferente. Todos os quadros (frames ou fotogramas) da imagem estão na mesma folha de papel, com a diferenç
a que á “cortes”, espaços em
branco. Assim, os traços em preto e em branco intercalam-se entre si. A espessura de ambos os traços é a mesma e têm largura definida.. Veja imagem ao lado.
Agora temos a máscara, provavelmente feita de acetato de polivinila (PVA, também chamado de “acetato”), com riscos verticais pretos e transparentes, conforme imagem abaixo.
Agora, prestem atenção. Quando sobrepomos a máscara sobre o desenho, ela cobrirá as áreas brancas, completando a imagem. Se deslocarmos um pouco a máscara pro lado, ela preencherá outras áreas brancas, completando outro desenho e assim sucessivamente. Enquanto os riscos pretos compõem a imagem de um frame, escondem o outro frame, pois os riscos estarão coincidindo com os riscos da imagem que seria formada pelos demais frames.
Com isso, ao deslizar a máscara, seu cérebro vai processando uma série de imagens sequenciais, daí o cérebro faz o resto e interpreta como sendo movimento. Para tanto, o deslizamento do papel terá que ser de uma forma que você veja os quadros numa rapidez adequada (os tais 5 a 20 fps que eu falei acima). Não falei que era simples?
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